Antonio Edison Kozaka
Conselheiro de Comunidade
Comunidade Parque São Bento
Distrito Zona Norte - Regional Ipanema
RM Sorocaba/SP - Sub Raposo - CMSP
"Gongyo e Daimoku Perfeito"
"Não sei que seria de mim se não fosse o meu verdadeiro Eu"
A importância do doshi
A palavra japonesa doshi é formada pelos ideogramas do (“orientar”, “conduzir”) e shi (mestre), podendo ser traduzida como “mestre que conduz”. Inicialmente, era um termo de uso exclusivo dos clérigos, mas acabou sendo adotado livremente por todos. Em síntese, a palavra designa a pessoa que conduz a recitação do Daimoku e do Gongyo, determinando o ritmo e a velocidade.
A importância do doshi pode ser facilmente explicada. Individualmente, cada um possui um ritmo e velocidade próprios, diferindo muito de pessoa para pessoa. Dessa forma, quando a recitação é feita coletivamente, o doshi é o “maestro” que determina como será a recitação.
Como não há regras específicas sobre como deve ser o ritmo e a velocidade da pessoa que realiza o doshi, aconselha-se que não seja excessivamente lento ou rápido, adequando-se à maioria das pessoas. Independentemente da forma como a pessoa realiza essa função, todos os demais devem procurar segui-lo. Pode-se compreender esse ponto sob a perspectiva do princípio da união harmoniosa (itai doshin). Por sua vez, o doshi deve conduzir a recitação de uma forma que seja prazerosa a todos.
Trechos de discursos do presidente da SGI sobre a recitação do Daimoku e do Gongyo
(Extraídos do diálogo entre o presidente da SGI com representantes da Divisão dos Estudantes da Soka Gakkai, publicado no Brasil Seikyo, edição no 1.484, de 14 de novembro de 1998.)
• O Gongyo e o Daimoku representam a cerimônia na qual nossa vida entra em harmonia com o Universo. O Gongyo é uma atividade que, pela nossa fé no Gohonzon, vigorosamente colocamos em fusão o microcosmo de nossa existência individual com a energia vital do macrocosmo, de todo o Universo. Se o realizarmos regularmente a cada manhã e noite, nossa energia vital é fortalecida.
• Como somos seres humanos, é muito natural que nossa mente comece a devanear, fazendo com que venham à tona todo tipo de pensamento e recordações. Vocês deveriam simplesmente compartilhar todos esses pensamentos com o Gohonzon. Não existe uma forma estabelecida ou um padrão para fazermos a oração. O budismo enfatiza a naturalidade. Portanto, simplesmente orem de forma sincera sem nenhum fingimento nem artifícios, sendo exatamente como vocês são. Com o tempo, à medida que sua fé for se desenvolvendo, verão que ficará cada vez mais fácil se concentrar para orar.
• Não tem nenhum problema sentar-se numa cadeira ou, se sentarem-se no chão, acomodarem as pernas da forma que for mais confortável. O importante é sentar diante do Gohonzon como se fôssemos nos encontrar com o Buda Original Nitiren Daishonin e que o Gongyo e o Daimoku sejam prazerosos.
O ritmo, a velocidade e o tom de voz na recitação individual
Também não há regras específicas sobre esses pontos. De forma geral, aconselha-se que a recitação não seja feita de forma excessivamente lenta ou rápida, mas num ritmo prazeroso, num tom não forçado, com sinceridade e procurando-se ter uma pronúncia correta. Nesse caso, sempre é bom procurar os veteranos para verificar como está a pronúncia do Gongyo.
Outra recomendação importante é não recitar num tom elevado, principalmente à noite, para não incomodar os vizinhos.
Quanto ao tempo de Daimoku, não há um tempo mínimo ou máximo. Pode-se recitá-lo o quanto desejar, mas é importante que se estabeleça objetivos claros. (Fonte: Guia Prático do Budismo.)
Sobre a pronúncia
Quando uma pessoa inicia a prática budista, um dos primeiros passos é aprender a recitação do Gongyo que, para a grande maioria, parece uma tarefa bastante árdua. No início, é normal sentir dificuldade em ler e pronunciar as palavras e frases, cometendo-se muitos erros, além de se levar um tempo demasiadamente longo para realizá-lo. Porém, o primordial é a sinceridade e a persistência na prática. Aos poucos, as frases difíceis e as palavras com sons estranhos tornam-se parte da vida e passam a ser tão naturais quanto a respiração, a alimentação e o sono. Numa analogia, o Gongyo é como o alimento para sobreviver, o treino diário de um atleta para conquistar a vitória ou o ato de estudar continuamente para se desenvolver. Em outras palavras, para se alcançar a felicidade plena, uma pessoa deve acumular boa sorte empreendendo esforço na sua realização diária do Gongyo.
Recomenda-se aprender o Gongyo passo a passo, por exemplo, com a leitura de uma ou algumas páginas de cada vez. Outro fator importante é a constante participação nas reuniões, pois com a recitação em conjunto pode-se assimilar tanto o ritmo quanto a pronúncia da forma mais correta possível.
A importância da postura
A seguir, citamos alguns pontos importantes para mantermos uma correta prática do Gongyo e do Daimoku:
• Concentre-se sinceramente no Gohonzon. Procure manter sempre os olhos abertos.
• A voz deve ser sonora, mas sem gritar ou sussurrar. É importante utilizar o bom senso e realizar as orações de uma maneira condizente com o ambiente e o horário para não incomodar outras pessoas. O tom de voz deve ser constante, com confiança e naturalidade. A pronúncia deve ser clara e precisa; e o ritmo ágil e compassado como o galopar de um corcel.
• É importante vestir-se respeitosamente ao realizar as orações, assim como manter o oratório limpo e arrumado.
• Ao sentar-se, posicione-se com as costas eretas. Se estiver sentado numa cadeira, não se recoste demais no encosto. Não cruze as pernas nem se sente de forma relaxada. A postura deve ser natural, sem forçar o corpo.
• As palmas das mãos devem estar juntas, afastadas do corpo. Procure manter as mãos na altura do peito e os dedos abaixo dos lábios. Eles não devem ficar entrelaçados ou entreabertos. Os dedos juntos simbolizam a Possessão Mútua dos Dez Estados de Vida e as palmas correspondem à Fusão da Sabedoria Subjetiva e da Realidade Objetiva.
(Tópicos de discurso do presidente Ikeda proferido em uma conferência com representantes de Okinawa, e publicada no Brasil Seikyo, edição no 1.323, de 10 de junho de 1995, pág. 3.)
“Existe um atributo que pode ser mantido independentemente da idade. É ter uma ‘bela postura’. Endireitar as costas, manter-se ereto e o peito erguido não somente faz com que pareçam ser mais jovens e atraentes, como também faz melhorar a saúde estimulando os nervos do corpo. Fazer o Gongyo com uma postura correta, portanto, melhora sua aparência geral. Até mesmo aos setenta ou oitenta anos poderão manter uma ótima e bela postura se se esforçarem.
“Ouvi dizer que aqueles que habitualmente andam corcundas ou com uma postura relaxada não ficam bem com qualquer roupa que vistam, não importando qual seja. Aqueles que passam todo o seu tempo dentro de casa e têm um contato mínimo com os outros parecem ser particularmente inclinados a desenvolver uma má postura. Talvez sob essas circunstâncias, as pessoas tornam-se destituídas de estímulo e vontade de interagir com outras. Conseqüentemente, entrar em contato com os outros no curso de nossas atividades da SGI e fazer um esforço consciente para manter uma boa postura são muito vantajosos.
“De acordo com o princípio da unicidade de corpo e mente, nossa mente, ou condição espiritual, manifesta-se em nossa aparência física. Parafraseando o grande poeta francês Victor Hugo (1802-1885), o espírito das pessoas é refletido em sua aparência. Da mesma forma, corrigir e melhorar nossa postura fortalece o nosso espírito e nos torna mais vigorosos. Em outras palavras, não é apenas saudável para nós fisicamente, mas tem também um efeito
benéfico em nossa mente.”
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